quinta-feira, 16 de março de 2017

O início de uma caminhada



Cada começo guarda suas surpresas. Muitos porquês, ainda por vir a decifrar, nesse caminho investigativo que se aprofunda em outra perspectiva.

Na mais difícil tarefa está a provocação de encaixar uma história inteira em reduzidas questões. 

Quem é você que define minha cor? Que intimidade eu lhe tenho para assumir meu mais profundo gênero? Qual o limite entre a embriaguez social até o abismo do vício? Você já pensou como dói assumir não ter um emprego enquanto as crianças tem bocas e fome? 

Indicadores falam por mim. O papel aceita tudo placidamente. As entrelinhas falam outra idioma.
Como dar vida a números de estatística? Proporções de solução?

Prevalências de dúvidas ainda me rondam. 


A urgência do cuidado exige pouco a pouco o aperfeiçoamento. Livrai-me do olhar especializado para romper as limitações do Sistema, para aprender no outro um pouco do que me falta.

(Autor: Cássia Veras)

10 comentários:

  1. Que jeito mais sensível de fazer nascer esse blog, Cássia. Obrigada!

    Neste primeiro momento, de apresentações e expectativas, deixo um pequeno vídeo que assisti há alguns anos. Encontrei nele um pouco do que ainda me escapa em palavras, mas que acho tão necessário tentar comunicar a cada um de vocês (e a mim mesma).

    Na minha percepção, esse vídeo fala sobre encontro (ou desencontros) e, principalmente, sobre a qualidade possível do verbo encontrar, quando inclui um outro além de nós mesmos.

    Se nosso maior exercício será pensar os porquês e estranhar a automatização que está dada em tantos planos concretos e subjetivos, compartilho uma primeira inquietação: "eu não quero ser uma formiga".

    Como não repetir cegamente um lugar comum? E se, antes de questionarmos tantas coisas complexas, pensarmos sobre o nosso próprio modo de estar no mundo? Nos nossos próprios encontros? Nesse primeiro contato, não estranhar apenas o olhar do outro, mas também estranhar o nosso próprio olhar sobre as coisas. Onde e como compactuamos com formas tão mecanizadas e engessadas de existir, de conceber o mundo, de conceber saúde?

    Bem, o vídeo tem menos de dois minutinhos. Ele é um pequeno exemplo de como andamos tão ligados no modo automático, de como não estranhamos nosso contato tantas vezes "robotizado" com o mundo que nos cerca e com nós mesmos (seja no agir, no pensar, no sentir). Assistam! Fez sentido pra mim. Sintam e pensem se faz algum sentido pra vcs.

    Um abraço.

    O link:

    https://youtu.be/P6cxWDrvIsI








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  3. A importância do diálogo que tivemos na aula inaugural de Vigilância em Saúde foi fundamental para construção desse espaço, a fim de trazer nossas reflexões e questionamentos (os "porquês") acerca do conhecimento e da nossa vivência nos futuros campos de trabalho.

    Pensar a realidade (dos usuários e do espaço institucional) - a partir de um olhar que vá além da nossa formação e competência profissional - é um desafio constante, ao qual é necessário discutir coletivamente.

    A proposta de se construir esse blog será ousada, a meu ver, pois nos permitirá expor nossas impressões de forma criativa.

    Gostaria de agradecer a Cássia por compartilhar esse olhar tão sensível e profundo. Também, gostaria de te agradecer por me fazer resgatar um olhar que já fazia tempo que não tinha e que gostaria de compartilhar com todos, abaixo:

    O início de uma caminhada não é encerrar um ciclo, mas sim redescobri-lo
    O início de uma caminhada é relutar contra o medo que nos enclausura na redoma do conformismo e da acomodação
    O início de uma caminhada é despir-se dos “porquês” introjetados
    O início de uma caminhada é resgatar os “por quês” silenciados, oprimidos e roubados
    O início de uma caminhada é o renascer dos “porquês” renegados
    O início de uma caminhada é conceber novos “porquês”
    Quem se lança nessa caminhada verá que não há mais como voltar ao ponto de partida
    Quem tem coragem de regressar, muitas vezes, perde-se nos diversos caminhos por onde trilhou, sem poder resgatar o que se conquistou
    O início de uma caminha é desapegar-se dos desejos, do ego e dos méritos que nos mantêm cegos
    O início de uma caminhada é nadar contra a correnteza, sem saber onde ela nos levará
    O início de uma caminhada é estar sensível a perceber que o trajeto é um eterno recomeço.

    Ass: Eduardo Vicente

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  4. Nesse primeiro encontro da disciplina Vigilância em Saúde percebi que será bastante importante o olhar crítico de cada um perante algumas situações que serão expostas e discutidas em aula, ou seja, cada pessoa com toda a sua trajetória de vida, formação profissional e personalidade contribuirão com opiniões para problematizar determinadas situações. Para isso será fundamental, no meu ponto de vista, a observação do nosso dia a dia nas Unidades Básicas de Saúde, o conhecimento adquirido na prática ou nas referências bibliográficas e as experiências que tivemos ao longo de nossas vidas.

    O fato de ser uma residência multiprofissional em saúde contribui muito para um debate amplo e complexo a fim de explorar diversas possibilidades e estratégias para um mesmo problema exposto, o que é muito bom, já que o cuidado em saúde deve ser algo complexo e viável de ser realizado com integralidade, promovendo a solução dos problemas de forma transdisciplinar e intersetorial.

    Dessa forma, vejo o trabalho em equipe multi como uma ótima experiência para crescermos como pessoas e como profissionais, uma vez que cada pessoa tem muito o que aprender, mas também o que ensinar.

    Termino com a seguinte frase de Paulo freire: “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas mudam o mundo.”

    Ass: Daniella Curval

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  6. Estamos vivendo o início de um novo momento. Um novo espaço de questionamentos e discussões surge.
    Para somar, trago as minhas inquietações que, sendo muitas e diversas, provocam até mesmo a mim. E ainda não sei respondê-las.

    "Vigilância em saúde": A quem se vigia? Por que se vigia? Vigia-se para controlar? Controlar o que? Quem? Com qual verdadeira intenção?

    Em que medida faz-se importante reduzir o sujeito a um dado, à uma estatística? Seria mais uma técnica de controle social? Mais uma forma do Estado regular a vida dos indivíduos? Uma maneira de controlar os corpos? Um meio pelo qual o Estado garante a sujeição constante desses indivíduos?

    A visita domiciliar só tem os aspectos positivos de criação de vínculo e humanização do cuidado? Em que aspectos ela se diferencia de uma abordagem policial, uma vez que também se trata do Estado entrando na casa de um indivíduo e o interrogando? Qual o limite entre o público e o privado?

    E no meio de todas essas interrogações: quem seremos nós, trabalhadores da saúde pública? A quem serviremos? De que modo?

    Ass: Nathalia

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  7. Após o nosso primeiro encontro, ficou claro o que podemos esperar dessa nova disciplina denominada vigilância em saúde.

    Ações envolvendo dados estatísticos e epidemiológicos serão práticas comuns durante o nosso cotidiano profissional.

    Dentre os diferentes saberes, diversas perguntas merecerão uma resposta e necessitarão de intervenções.

    Como tudo na vida tem um PORQUÊ, esse momento também ficará marcado com o despertar de cada um para o embate sadio e construtivo de diferentes ciências.

    A equipe multiprofissional atuará de maneira conjunta, trocando ideias e discutindo alternativas que promovam uma melhor qualidade de vida para população.

    Cada família tem a sua história e o seus problemas, o respeito ao próximo é um desafio a ser superado, a escuta ativa uma obrigação, e o trabalho em equipe um constante aprendizado.

    Ass: Felipe

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  8. Lindo texto Cássia. Maravilhoso! Quero complementar falando sobre esse novo ciclo, tão lindo e tão desafiador que começa em nossas vidas.

    Um novo ciclo se inicia para cada um de nós, seremos marcados por coisas boas e ruins, por progressos e regressos, teremos alegrias e também tristezas, seremos confrontados e confrontaremos (muitas vezes a nós mesmos), iremos aprender e também ensinar, acertaremos e erraremos. Tudo isso faz parte do início de uma nova caminhada, cheia de surpresas, descobertas e indagações. Começando por descobrir o outro, o que ele faz e o quanto o seu conhecimento e formação profissional pode contribuir com a nossa produção intelectual e intervenção profissional.

    Nem sempre estaremos individualmente preparados para o que nos espera, não estaremos prontos para dar respostas a todas as perguntas, nem conseguiremos sozinhos enxergar a realidade como um todo, mas acredito que juntos construiremos todas as respostas e enfrentaremos todos os obstáculos. Tenho certeza que sairemos melhores do que entramos.

    Ass: Thais

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  9. Neste momento um novo aprendizado é apresentado, surgem dúvidas e questionamentos que nos levarão a um aperfeiçoamento, transformando-nos em uma ferramenta potente no campo de estudo e na atuação em saúde.
    Precisamos utilizar a troca de conhecimentos sobre a maneira de como atuar em nosso campo, superando dificuldades existenciais, superando as mais diversas barreiras, sabendo lidar com o coletivo, com diferentes personalidades, com a unidade de trabalho e com os mestres.
    Cada momento, cada período de nossos estudos e atuação em grupo nos remetará a um denominador de resultados profissionais positivos em nossa tragetória.
    E sempre será de extrema importância termos discussões de idéias, nos mantendo sempre abertos a troca de experiências e ao novo, para capacitar e saber lidar com as nossas mentes para os desafios futuros na busca de fazer sempre o melhor.

    Carane Mendes

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  10. Olá pesso@l,

    Fiquei feliz quando visitei o Blog pela primeira vez e percebi que entenderam a proposta. Esse é o espírito! A troca de experiências e a exposição de ideias sobre o que está sendo vivenciado.
    Forte abraço!

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