O conceito de
espaço social alimentar envolve saberes da sociologia, antropologia e
psicologia que permeiam a grande ciência da nutrição. Nesse sentido, a relação
da alimentação com as ciências sociais e humanas fazem com que o estudo do
ambiente alimentar se torne intrigante e ao mesmo tempo desafiador.
Desde a sua
produção até o seu destino final (consumidor), o alimento passa por uma série
de etapas que de alguma maneira determinam a sua característica e ao mesmo tempo
a sua escolha. Juntamente com a globalização acelerada e o avanço do
neoliberalismo econômico veio à industrialização de grande parcela dos produtos
alimentícios, o que proporcionou a quebra do vínculo alimento e natureza,
influenciando o estilo social e alimentar da sociedade.
A abundância
dos alimentos industrializados encontrados na atualidade acaba confundindo até
mesmo os consumidores mais experientes, fazendo com que os mesmos tentem distinguir
o que é bom ou ruim nas prateleiras dos grandes mercados. Os cartéis de
produção dos produtos alimentícios compõem esse cenário mercadológico
capitalista que ao longo dos anos vem crescendo de maneira constante.
A influência
cultural embasa os estilos alimentares pelo mundo, e definem o que, quando, onde e
como comer. Segundo Bourdieu (1993), o hábito alimentar pode ser entendido com
sendo um sistema de disposições duráveis, [...] predispostas a funcionar como
estruturas estruturantes, isto é, como princípio gerador e estruturador das
práticas e das representações.
O fenômeno da
alimentação compreende uma análise das representações sociais, crenças,
conhecimentos e práticas que são assimiladas e compartilhadas por indivíduos de
uma dada cultura ou grupo social. Essa diversidade sociocultural define os modelos alimentares de cada tipo populacional.