quinta-feira, 13 de abril de 2017

Território e Saúde


Quando se fala em território, a primeira coisa que vem à cabeça é sua demarcação geográfica.
A partir do momento em que abrimos nossos olhos e nossa mente para conhecê-lo, percebemos que o conceito de territorialidade rompe suas próprias barreiras.
O território representa vida em movimento e em transformação - sejam essas impulsionadas pelas leis da natureza e/ou pela força do ser humano.
Ao adentrarmos nele, observamos que o território não é apenas simbólico, cultural e material, ele também faz parte do nosso cotidiano, à medida que construímos nossas relações de interação social. Não nos esquecemos que, o território nos é solidário, sobretudo nas circunstâncias em que nos mostramos afetivos a ele.
Tais características são imprescindíveis para pensarmos a relação entre territorialidade e saúde pública.
Aqui, o território é reconhecido enquanto espaço socialmente organizado e, principalmente, político, no que diz respeito ao planejamento, à definição e à decisão das estratégias relacionadas ao processo saúde-doença-cuidado.
Exemplo emblemático disso são as Estratégias em Saúde da Família (ESF), que exercem um papel desafiador em desenvolver ações em saúde como promoção, prevenção, tratamento e reabilitação.
Pensar a política de saúde pública isolada da ideia de territorialidade - e de modo uniforme - é vedar os olhos para a realidade que se quer transformar.
É desconsiderar o território como espaço heterogêneo e plural.
E isso, de certo modo, é um posicionamento político.

Autor: Eduardo Vicente

4 comentários:

  1. O território é muito mais do que um espaço geográfico,isto é,pode ser entendido como um conjunto MULTIFACETADO composto por atores(sujeitos), ambientes e objetos. Nesse sentido, a relação saúde e território perpassa por uma série de questões que envolvem características peculiares dentro de uma mesma comunidade. Os problemas oriundos do território são reflexos de uma conjuntura social e econômica perversa, que privilegia os ricos em detrimento dos pobres e que necessitam de intervenções URGENTES.

    Ass: Felipe

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  2. Pensar o território na saúde envolve ampliar o olhar - ir para além do território delimitado geograficamente e compreender que território é movimento. O sujeito pode reconhecer como seu território o ambiente em que mora e/ou em que trabalha, os vínculos familiares e/ou comunitários que estabelece durante sua vivência, a sua casa, o seu bairro, a sua cidade, o seu estado, o seu País, enfim, todo espaço que lhe é familiar. Território é identidade. Território é herança cultural. Território é líquido (o que em um dado momento da vida posso considerar como meu território, em outro momento posso não mais reconhecê-lo como tal).

    Entender em que território o sujeito se reconhece como parte e como se dá suas dinâmicas relacionais nesse contexto é fundamental para o trabalho na Atenção Básica. Enxergar o usuário na sua integralidade significa considerar suas singularidades e trabalhar a partir delas.

    Ass: Nathalia

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  3. O território é concebido, nas mais diversas análises e abordagens, como um espaço delimitado pelo uso de fronteiras, não apenas físicas, mas também invisíveis.
    Cada um de nós é um território que trás consigo o significado de espaço, somos um território em movimento, que muda conforme o tempo, se caracteriza pelas passagens de outros em nosso entorno, temos nossas fronteiras internas e externas. Para entendermos um território temos que nos livrar de algumas amarras morais, cada território tem um passado, uma historia, um significado. Temos que ter um olhar por dentro e por fora, tentando entender as dinâmicas que vivem nesse espaço, respeitando as prioridades dos cidadãos que ali vivem, sem perder essa visão de saúde pública vista por fora, por isso é sempre importante ter uma escuta ativa. Pois nem sempre a mudança que queremos naquele território é o que de fato ele precisa naquele momento. Quando se trata de território a saúde não pode andar sozinha, a intersetorialidade é primordial, quando analisamos um território muito vulnerável, os problemas de saúde, são em maioria conseqüência de outros problemas, como falta de saneamento básico, falta de ambiente arejado, falta de opções alimentares saudáveis, falta de investimento em educação etc. Um exemplo que citei em aula foi o da caçamba onde eu mesma presenciei no meu território, próximo a minha residência tem uma comunidade, a prefeitura colocou uma caçamba de lixo na frente de uma das entradas da comunidade, em volta da caçamba tem lixo por toda parte, sacos abertos/fechados e quando vc abre a caçamba o interior esta completamente vazio e o entorno cheio. Portanto, isso mostra que para ter qualquer mudança real na vida do cidadão é necessário, informação, instrução e educação, senão estaremos sempre trabalhando com redução de danos.

    Nathiele Chagas

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  4. O território não é apenas uma delimitação geográfica vai muito além disso, nele se materializa as articulações e relações sociais que os indivíduos ou os grupos estão submetidos. No território se estabelece os vínculos, costumes, emoções, intimidades, comportamentos, relações, entre outros. Para se pensar o território na saúde é preciso ter um olhar de totalidade que enxergue para além do que está visível e para além do que lhe é familiar.

    Thais Coelho.

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