terça-feira, 19 de setembro de 2017

Dissolvendo os enigmas da Territorialização

No início era até difícil pronunciar, mas a prática do fazer diário foi explicando por si mesma essa tarefa.
Enquanto corria o tempo, mil afirmações foram necessárias. Na ação de conhecer o modo como as pessoas vivem e usam o território é instrumento rico para se planejar ações de saúde.
Na prática muitas foram as indagações, achismos de perda de tempo, sem compreensão do modo de trabalho, mesmo que no cotidiano institucionalizado façam o mesmo, monitorando o avançar das fronteiras dos barracos, realizando a vigilância das gestantes recém chegadas do Ceará, ou mesmo interrompendo o fluxo fazendo a limpeza dos cadastros inativos.
De fato, a territorialização é mais fácil de ser praticada do que explicada. Seguimos fazendo no gerúndio das práticas.


Autoria: Cássia Veras

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Acompanhamento do Programa Bolsa Família na CFSVM (Equipe Catumbi)

Informações sobre o Programa Bolsa Família na Clínica Sérgio Vieira de Mello.

Os dados do programa bolsa família precisam ser lançados no sistema para acompanhamento das condicionalidades em dois períodos: primeiro e segundo semestre do ano. Qualquer pessoa pode realizar esse lançamento desde que esteja habilitado (médico, enfermeiro, agentes comunitários, técnico de enfermagem). No caso dos agentes comunitários, existe um caderno na sala de observação com os dados que serão lançados pelos médicos ou enfermeiros das equipes.

São exemplos de condicionalidades do PBF: Vacinas em dia e estado nutricional. (crianças de 0 a 6 anos).  Estado nutricional (mulheres de 10 a 49 anos). Acompanhamento da gestação (gestantes).

Em dias de campanha pode-se realizar mutirão para realizar o acompanhamento dos usuários beneficiários do programa bolsa família. 

O acompanhamento das condicionalidades é realizado durante as consultas na própria clínica, porém quando esses usuários não comparecem à clínica, as equipes realizam busca ativa.

O lançamento se dá no Medicine One, sistema utilizado pela clínica, que terá seus dados captados pela SUBPAV.


Os beneficiários da Clínica da Família Sérgio Vieira de Mello são: equipe Navarro (466), equipe Coroa (504), equipe Catumbi (267), equipe Mineira (518), equipe São Salvador (271), equipe Paula Matos (257).

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Saúde na Escola


Ação educativa sobre Arboviroses

Rompendo a rigidez do saber biomédico é um desafio falar a língua das crianças.
Para transmitir conceitos de saúde são necessários metodologias apropriadas a cada proposta
Utilizando recursos de audio e vídeo, foram dois turnos de ação  com crianças de 4 a 6 anos, onde pudemos perceber os olhos atentos e a fala espontânea ao reconhecer focos do mosquito em suas próprias residências. Essa resposta positiva funciona como uma avaliação da atividade aplicada.
A vantagem que o público infantil nos apresenta é o de serem agentes multiplicadores em suas famílias e vizinhança, transmitindo o conhecimento no próprio cotidiano.


Autoria: Cássia Veras

terça-feira, 16 de maio de 2017

Sobre os dois primeiros meses de Residência...


A experiência inicial de formação na Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade do HESFA-UFRJ vem sendo para mim, ao mesmo tempo, enriquecedora e desafiadora. Enriquecedora na medida em que, por meio das aulas teóricas e das vivências práticas, está possibilitando um acúmulo de saberes e uma ampliação do olhar para a realidade na qual se atua. Mas, ao passo que se compreende melhor o cenário das práticas, tem-se também uma maior compreensão das dificuldades do cotidiano de trabalho, marcado por inúmeros desafios institucionais, políticos e ideológicos.
Em relação às vivências de territorialização na Clínica da Família Rinaldo De Lamare, situada na Rocinha, vejo como relevante destacar três momentos: a chegada na clínica, a nossa organização para as atividades de territorialização e a inserção parcial no cotidiano de trabalho da equipe Vila Verde e do NASF. Durante nossa entrada na Clínica, os R2 foram extremamente acolhedores e o restante da equipe de saúde (preceptora, médica, ACS, gerência e profissionais do NASF) foi bastante receptiva. Ainda assim, nos sentimos um pouco perdidos nesse início em relação a como devíamos nos comportar enquanto Residentes Multiprofissionais em processo de territorialização e de que modo poderíamos nos encaixar na dinâmica de trabalho da clínica sem assumir o papel de trabalhadores efetivos e sem nos deixar levar pela demanda por mão-de-obra daquele espaço. A partir dessas questões, decidimos construir uma Agenda Padrão Mensal com todas as atividades que seria interessante desenvolvermos nesse primeiro momento, como: acompanhar o acolhimento; assistir as consultas da enfermeira e da médica da equipe, bem como as interconsultas dos profissionais do NASF; ir no território com os ACS da equipe; participar dos grupos e das ações de saúde desenvolvidas pela clínica; conhecer os demais dispositivos públicos, privados e as organizações sociais presentes no território; etc. Todas essas atividades foram pensadas buscando atingir o objetivo desse momento de territorialização, que trata-se de conhecer de fato o território, o serviço de saúde em questão e a população adscrita para, então, compreender as necessidades e potencialidades do trabalho naquele cenário. E foi a partir do desenvolvimento dessas atividades planejadas e da participação das reuniões de equipe que, aos poucos, nos vimos de certo modo já inseridos enquanto residentes em territorialização no cotidiano da clínica. Digo isso por sentir que já somos reconhecidos por toda a equipe Vila Verde e pelos profissionais do NASF e, ainda que precisamos reiterar em vários momentos, todos já sabem nosso papel e objetivo nesse processo de territorialização.
Assim, considero que os aprendizados associados à prática de trabalho já começaram a despontar nos nossos cotidianos no serviço, mostrando que as dificuldades não podem se tornar limites para o trabalho na Atenção Básica, mas sim devem impulsionar nossa atuação no sentido de explorar as potencialidades (do profissional, da equipe, do usuário, da comunidade, das políticas públicas, enfim, de todos os componentes envolvidos em cada caso) a fim de construir novos caminhos para antigos problemas.





Ass: Nathalia Pereira

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Ambiente Alimentar.





A alimentação é um dos determinantes sociais da saúde e o comportamento alimentar é um fenômeno complexo no qual estão englobados aspectos biológicos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais que se relacionam e se potencializam mutuamente. O território tem grande influência sobre a alimentação dos usuários, pois é ele que determina a disponibilidade de estabelecimentos e alimentos, a dificuldade do acesso físico a esses estabelecimentos e a dificuldade do acesso financeiro. Por isso é importante conhecer o território e ter um olhar atento que enxergue a realidade do sujeito, considerando suas especificidades e as relações estabelecidas nesse território, para só assim fazer qualquer tipo de intervenção sobre ele.

Vivemos em um “ambiente alimentar Macro” onde existem várias indústrias que monopolizam o mercado e levam alimentos para vários cantos do mundo, o que contribui bastante para construção de novos hábitos alimentares que antes, determinada população não tinham, e não teriam se essas industrias não tivessem chegado até eles. Até mesmo a posição dos alimentos nos supermercados ou em outros estabelecimentos determinam as escolhas alimentares é o chamado “ambiente do consumidor”, não é à toa que na maioria dos estabelecimentos o corredor que leva ao caixa estão cheios de guloseimas.

Existem ainda o “ambiente de informações” que inclui a mídia e a publicidade, o “ambiente comunitário” que são as disponibilidades de estabelecimentos que vendem produtos saudáveis e não saudáveis e seus horários de funcionamento, entre outros. Todos esses ambientes alimentares influenciam na escolha por uma alimentação saudável o que impacta diretamente na saúde da população.


Thais Coelho.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Espaço Social Alimentar



O conceito de espaço social alimentar envolve saberes da sociologia, antropologia e psicologia que permeiam a grande ciência da nutrição. Nesse sentido, a relação da alimentação com as ciências sociais e humanas fazem com que o estudo do ambiente alimentar se torne intrigante e ao mesmo tempo desafiador.
Desde a sua produção até o seu destino final (consumidor), o alimento passa por uma série de etapas que de alguma maneira determinam a sua característica e ao mesmo tempo a sua escolha. Juntamente com a globalização acelerada e o avanço do neoliberalismo econômico veio à industrialização de grande parcela dos produtos alimentícios, o que proporcionou a quebra do vínculo alimento e natureza, influenciando o estilo social e alimentar da sociedade.
A abundância dos alimentos industrializados encontrados na atualidade acaba confundindo até mesmo os consumidores mais experientes, fazendo com que os mesmos tentem distinguir o que é bom ou ruim nas prateleiras dos grandes mercados. Os cartéis de produção dos produtos alimentícios compõem esse cenário mercadológico capitalista que ao longo dos anos vem crescendo de maneira constante.
A influência cultural embasa os estilos alimentares pelo mundo, e definem o que, quando, onde e como comer. Segundo Bourdieu (1993), o hábito alimentar pode ser entendido com sendo um sistema de disposições duráveis, [...] predispostas a funcionar como estruturas estruturantes, isto é, como princípio gerador e estruturador das práticas e das representações.
O fenômeno da alimentação compreende uma análise das representações sociais, crenças, conhecimentos e práticas que são assimiladas e compartilhadas por indivíduos de uma dada cultura ou grupo social. Essa diversidade sociocultural define os modelos alimentares de cada tipo populacional.

 Autor: Felipe do Cabo Silva

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Território e Saúde


Quando se fala em território, a primeira coisa que vem à cabeça é sua demarcação geográfica.
A partir do momento em que abrimos nossos olhos e nossa mente para conhecê-lo, percebemos que o conceito de territorialidade rompe suas próprias barreiras.
O território representa vida em movimento e em transformação - sejam essas impulsionadas pelas leis da natureza e/ou pela força do ser humano.
Ao adentrarmos nele, observamos que o território não é apenas simbólico, cultural e material, ele também faz parte do nosso cotidiano, à medida que construímos nossas relações de interação social. Não nos esquecemos que, o território nos é solidário, sobretudo nas circunstâncias em que nos mostramos afetivos a ele.
Tais características são imprescindíveis para pensarmos a relação entre territorialidade e saúde pública.
Aqui, o território é reconhecido enquanto espaço socialmente organizado e, principalmente, político, no que diz respeito ao planejamento, à definição e à decisão das estratégias relacionadas ao processo saúde-doença-cuidado.
Exemplo emblemático disso são as Estratégias em Saúde da Família (ESF), que exercem um papel desafiador em desenvolver ações em saúde como promoção, prevenção, tratamento e reabilitação.
Pensar a política de saúde pública isolada da ideia de territorialidade - e de modo uniforme - é vedar os olhos para a realidade que se quer transformar.
É desconsiderar o território como espaço heterogêneo e plural.
E isso, de certo modo, é um posicionamento político.

Autor: Eduardo Vicente

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Escolhas alimentares



O que escolhemos trazer à boca diz muito sobre a trajetória de vida. O efeito compensatório, afetivo, consumista está por trás do gosto. As variáveis que determinam a aquisição de alimentos são muitas, permeando ao valor econômico, nutricional, comemorativo, psicológico que distanciam-se das questões fisiológicas.

Não se trata apenas de tempero, mas sim de um pertencimento único muitas vezes desvalorizado e motivo de juízo. As escolhas alimentares são determinadas desde a infância, dependendo do modo como o paladar é provocado e o desejo do comedor é desenvolvido.
Não é mais possível dissociar uma vida inteira de vivências, quando ser saudável significa resignificar prazeres ou acordar traumas.

O alimento não é apenas comida, mas sim, parte necessária do homem social. Comer também é consumir, é pertencer, assemelhando-se mais à vontade de comer e consumir prazer imediato.
Involuntariamente vivemos a dicotomia alimentar da fobia do novo e a necessidade do novo. Esse comportamento tende a gerar um sofrimento, pois, o tempo todo queremos buscar o deleite fácil e a culpa surge imediatamente diante da pressão sobre o cuidado com a imagem e o julgamento alheio.
Para mudar hábitos, é preciso um esforço maior que a ação inquisidora determinante que define o certo e o errado. Precisamos como profissionais estarmos sensíveis ao significado que o alimento carrega, abrindo exceções quando necessárias. Precisamos desenvolver a escuta ativa para compreender aquilo que pode ou não ser modificado, sem abrir mão do bem estar envolvido. 

Autor: Cássia Veras
Resultado de imagem para escolhas alimentares

terça-feira, 28 de março de 2017

Vigilância Alimentar e Nutricional

Em nossa segunda aula do módulo de Vigilância em Saúde, com as professoras Aline e Raquel, abordamos as complexas mudanças dos padrões saúde-doença ao longo do tempo na história do Brasil. 
Foram discutidos alguns textos/reportagens de diferentes fontes que nos forneciam indicadores, como a taxa de mortalidade infantil no meu caso, com informações por vezes controversas, numéricas e taxativas a respeito da saúde (qual definição de saúde se faz uso aqui?). 
Para mim, ficou a inquietação de que a maior parte daqueles percentuais mais deixavam de dizer do que informar.
 Fico com a angústia da necessidade de um contexto que exemplificasse a importância de tais indicadores nos casos abordados, sobre o modo como podemos nos valer de dados epidemiológicos para pensar a saúde pública e um serviço de qualidade. 
E, por último e não menos importante, fico com a preocupação de que modo não enrigeceremos a prática do cuidado  na lógica das metas a serem atingidas, esquecendo a qualidade da atenção nos serviços que nem sempre estará registrada em indicadores concretos de saúde.

Karine.

quinta-feira, 16 de março de 2017

O início de uma caminhada



Cada começo guarda suas surpresas. Muitos porquês, ainda por vir a decifrar, nesse caminho investigativo que se aprofunda em outra perspectiva.

Na mais difícil tarefa está a provocação de encaixar uma história inteira em reduzidas questões. 

Quem é você que define minha cor? Que intimidade eu lhe tenho para assumir meu mais profundo gênero? Qual o limite entre a embriaguez social até o abismo do vício? Você já pensou como dói assumir não ter um emprego enquanto as crianças tem bocas e fome? 

Indicadores falam por mim. O papel aceita tudo placidamente. As entrelinhas falam outra idioma.
Como dar vida a números de estatística? Proporções de solução?

Prevalências de dúvidas ainda me rondam. 


A urgência do cuidado exige pouco a pouco o aperfeiçoamento. Livrai-me do olhar especializado para romper as limitações do Sistema, para aprender no outro um pouco do que me falta.

(Autor: Cássia Veras)